Convenço-me de que está tudo bem num sorriso forçado que se desvanece ao virar as costas. Alimento o exorbitante orgulho dizendo que perdi por falta de comparência. É mentira! Compareci, lutei, perdi…Uma sensação de paz podre, apenas aparente…Uma calma ficcionada pela fértil imaginação do orgulho ferido. Fecho-me no meu mundo e movo-me numa dança ritmada pelo compasso da mentira que tanto condeno e abomino. Os passos que deviam ser fortes e decididos são fracos e cobardes. O compasso é lento, quase morto. Tento saltar mas as pernas não me acompanham e caio no chão: frágil, indefesa, insana! Tento pedir ajuda mas a voz é suprimida, mais uma vez, pelo medo. Levanto a cabeça e olho o espelho, não reconheço quem lá está. Um ser que perdeu o ritmo e já há muito esqueceu os movimentos em que se criou, perdi as origens!
Olho cada centímetro do meu corpo como se a outrem pertencesse; não o sinto. Respiro. Levanto-me a custo e movo-me por impulsos involuntários que me fazem rodopiar até à exaustão. Caio de novo, é inútil tentar…Danço a dança de quem não sabe dançar.
domingo, outubro 29, 2006
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1 comentário:
" a arte de vencer aprende-se nas derrotas"
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